O gerenciamento de resíduos sólidos da construção civil é uma das maiores preocupações da legislação ambiental brasileira. Com efeito, as empresas precisam dar uma destinação adequada aos chamados entulhos ou estarão expostas a multas e outras punições.
Sendo assim, não deixe de conferir o conteúdo abaixo e aprenda medidas sustentáveis para lidar com esse verdadeiro desafio.
O que são resíduos sólidos da construção civil?
A resolução nº 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) divide os resíduos de construções, reformas, reparos e demolições em quatro grupos:
1. Classe A
Os resíduos de classe A são os materiais recicláveis ou reutilizáveis que ainda podem servir como agregado de obra. São exemplos telhas, pisos, tijolos, restos de argamassa, etc.
2. Classe B
A seguir, estão incluídos os resíduos cuja reciclagem é possível, porém com uma destinação diferente do agregado de obra. Isso ocorre com plásticos, vidros, papelão, metais, etc.
3. Classe C
Já os resíduos de classe C são caracterizados por não serem recicláveis ou recuperáveis, como pedaços de pano, lixas utilizadas, massa de vidro, etc.
4. Classe D
Por fim, restam os materiais que podem prejudicar a saúde ou causar acidentes. Alguns exemplos são os resíduos de amianto, certas tintas, solventes e óleos, dentre outros.
Como lidar com resíduos sólidos?
As empresas devem adotar uma série de boas práticas para reduzir o volume e dar uma destinação adequada aos resíduos sólidos. Veja alguns exemplos abaixo.
1. Oferecer treinamentos
A empresa precisa de colaboradores capacitados para o manejo e segregação de resíduos. Esse treinamento inclui desde itens de segurança até a maneira mais adequada de separar as classes de materiais.
2. Combater desperdícios
Um segundo ponto importante é a implementação de políticas de marketing interno ou treinamentos com a finalidade de evitar a utilização indevida de materiais, além de incentivar o reaproveitamento de resíduos sólidos e a preservação dos recicláveis.
3. Armazenar materiais adequadamente
Os gestores devem buscar um ajuste fino entre os estoques e as orientações dos fabricantes, mantendo os materiais na temperatura, luminosidade e umidade adequadas.
4. Fiscalizar a produção de resíduos
Certas ações têm um grande potencial de gerar resíduos sólidos. Por exemplo:
- corte de placas cerâmicas;
- produção de argamassa;
- demolições em geral;
- dentre outros.
Sendo assim, o gestor deve indicar líderes para fiscalizar essas práticas e incentivar o uso econômico dos materiais.
Como elaborar um plano de gerenciamento de resíduos sólidos da construção civil?
A elaboração de um plano gerenciamento de resíduos sólidos da construção civil exige o cumprimento de algumas etapas.
1. Diagnosticar e prever cenários futuros
O primeiro passo consiste na reunião de informações sobre a produção de resíduos. Por exemplo:
- volume;
- classe;
- destinação atual;
- custo;
- percentual de itens reutilizados;
- etc.
Posteriormente, o gestor deve antever as variações em cada indicativo, listando os cenários futuros.
2. Definir diretrizes e estratégias
O próximo passo é definir o que se pretende fazer em relação aos resíduos sólidos, bem como as diversas situações a serem criadas para atingir essa intenção.
Vale ressaltar que o objetivo desse projeto não é opcional. Afinal, a resolução nº 307 exige que as empresas deem uma destinação ambientalmente adequada para os materiais.
3. Estabelecer metas
A partir daí, as diretrizes mais gerais devem ser desdobradas em metas, ou seja, em indicativos menores que, uma vez cumpridos, aproximam a organização dos objetivos fixados. Por exemplo:
- aumento dos percentuais de reaproveitamento ou reciclagem;
- redução da quantidade de resíduos produzidos;
- diminuição dos gastos com logística e outros processos.
4. Criar programas e destinar recursos
A quarta etapa é a estruturação das ações em programas. Por exemplo:
- treinamentos;
- procedimentos e rotinas;
- políticas de marketing interno;
- parcerias com empresas que reciclam ou reutilizam materiais;
- dentre outros.
Nesse momento, o gestor terá de priorizar recursos para os programas que melhor satisfazem as diretrizes do projeto.
5. Implementar ações
A última etapa é a implementação das ações, liberando os recursos e os profissionais para colocarem os programas em prática.
Nessa fase, é importante não se esquecer dos mecanismos de controle, fiscalização e feedbacks. Afinal, eles são fundamentais para garantir o adequado gerenciamento de resíduos sólidos da construção civil.
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