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Distrato imobiliário: saiba como analisar e evitar essa situação!

Mesmo em um momento de crise econômica, o mercado imobiliário continua a investir em novas unidades para a venda — o que é natural, pois o deficit habitacional do país perdura elevado. Todavia, junto à instabilidade da economia, outra prática costuma prejudicar, de forma contundente, tais empreendimentos: o distrato imobiliário.

Responsável por prejuízos bilionários para o setor, o distrato imobiliário pode ser resumido como a desistência do adquirente em relação ao bem comprado na planta. Nos imóveis de médio e alto padrão, dados recentes apontam que os distratos incidiram sobre 51% das vendas, e 24% no caso dos imóveis populares.

Continue sua leitura e entenda melhor a perda que o distrato pode representar para um empreendimento, e veja também como se acautelar e evitar essa situação. Confira!

Prejuízos relacionados ao distrato imobiliário

É preciso entender que o distrato implica em perdas tanto para o adquirente quanto para a incorporadora ou construtora. Mas para as empresas, tais prejuízos podem ensejar até mesmo a interrupção das obras por falta de recursos — um cenário desastroso.

A maior parte dos imóveis são vendidos por meio de financiamentos, ainda assim, alguns custos são considerados sobre o valor total do imóvel, a exemplo da corretagem. No entanto, em caso de desistência, o valor a ser devolvido pela construtora é calculado sobre o valor pago até o momento do distrato, o que gera um prejuízo desproporcional para a empresa.

Além disso, a construtora terá que arcar com outros custos, como os relacionados à manutenção do imóvel vazio, aquisição de novos clientes e, novamente, corretagem.

Situações em que ele ocorre

O financiamento de um imóvel é um compromisso a longo prazo e pode representar uma escolha para toda a vida. Por isso, é uma decisão que não pode ser norteada pelas emoções ou por mera empolgação. A razão deve preponderar, o comprador precisa vislumbrar cada detalhe da sua vida no local antes de fechar o negócio.

As condições da compra devem ser analisadas de forma detalhada, bem como o impacto da inflação e dos juros nas parcelas. O desemprego ajuda a manter o número de distratos em alta, pois o impacto no orçamento familiar pode fazer com que a compra da casa própria tenha que ser repensada.

A demora para a entrega do imóvel também pode pesar para o consumidor optar pelo distrato, além de outros desgastes com a empresa, a exemplo da falta de transparência ou de informações precisas.

Maneiras de fazer a análise ideal

O primeiro exame deve recair sobre o comprador. Quem vende precisa analisar muito bem a ficha de quem adquire. Verifique se não há restrição relacionada ao CPF dos compradores, consulte os órgãos de proteção ao crédito e, por fim, analise a renda e se ela é compatível com a compra que se pretende realizar.

Se após a venda o cliente pedir o distrato, antes de tentar convencê-lo do contrário, observe se o imóvel oferece boa liquidez, que justifique novos esforços para vendê-lo. Sendo o caso, vale mais a pena realizar o distrato do que ter que arcar com eventual inadimplência, por exemplo.

A inadimplência também costuma ensejar o distrato e, no caso de famílias que já ocupem o imóvel, tende a ser mais custoso caso tenha que ser feito judicialmente. Nesse caso e no cenário de baixa liquidez, vale a pena tentar negociar. A construtora pode buscar aumentar o prazo para a quitação e, por consequência, reduzir o valor das parcelas.

O fluxo de caixa também precisa ser examinado minuciosamente, para que se possa saber o impacto do distrato nas finanças da empresa. Tal informação também é determinante para traçar a melhor estratégia, seja para buscar a retenção ou para encontrar a melhor forma de absorver os custos até que seja realizada a nova venda.

Agora você já sabe o que observar para evitar as perdas ocasionadas pelo distrato imobiliário. Curta nossas páginas nas redes sociais — Google+, Twitter, e Facebook — e receba outros conteúdos úteis para o seu negócio!