Por Diogo Guedert
Não deve ser novidade para ninguém (muito menos para os empresários) que em épocas de crise os problemas judiciais se potencializam, especialmente aqueles de natureza trabalhista.
É quase uma equação matemática: crise econômica + desemprego = aumento de ações trabalhistas.
Em relatório divulgado pelo Tribunal Superior do Trabalho, no ano de 2015 foi registrado um aumento de 12,3% no número de processos trabalhistas. É o maior aumento já registrado desde 1995.
Só no ano passado 2,6 milhões de novas ações trabalhistas foram ajuizadas nas mais diversas varas do trabalho do país.
E a estimativa do presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Ives Gandra da Silva Martins Filho, é que 3 milhões de ações trabalhistas devem ingressar na Justiça em todo o país este ano.
Ainda, segundo dados do IBGE, a taxa média de desemprego para o ano de 2015 ficou em 6,8%, sendo a maior média anual da pesquisa, realizada desde 2002.
Também em 2015 foram fechadas 1,54 milhões de vagas formais de trabalho, a pior taxa em 24 anos segundo informações do Ministério de Trabalho.
E em 2016 o cenário tem se mostrado igualmente preocupante. Já são mais de 11 milhões de desempregados em todo o país.
Em época de crise econômica os ânimos se elevam, tanto de empregadores para reduzir custos, e em alguns casos com a sonegação de direitos trabalhistas, quanto de empregados encorajados a reclamar de direitos sonegados, e também em alguns casos, com a possibilidade de “ganhar algum dinheiro” mesmo quando tudo lhe foi pago como devido.
Sem previsão de significativa melhora do cenário econômico a curto prazo, a tendência é que esses expressivos números se mantenham, ou pior, se agravem.
Aos empresários que pretendem reduzir custos também com o desligamento de pessoas, que o façam de forma planejada e respeitando direitos para evitar que possíveis soluções se transformem em problemas judiciais.
Aos empregados que perderam seus empregos, que se adaptem ao novo cenário do mercado, inclusive com a possibilidade de empreenderem negócios próprios, e igualmente o façam de maneira planejada.
A frase é velha, mas resume bem o atual contexto econômico: são nos momentos de crise em que mais aparecem as oportunidades.